quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Produtores de AL serão capacitados em agroecologia

Produtores de hortaliças na comunidade Olho D’aguinho, em Delmiro Gouveia (AL), participam de uma capacitação, a partir da próxima quinta-feira (30), para aprender a gerir as Unidades de Produção Integrada e Sustentável (PAIS), que estão sendo instaladas no município.

O curso Despertar Rural, promovido pelo Sebrae/AL, tem como objetivo aprimorar o conhecimento dos produtores sobre planejamento e administração de empreendimentos rurais, bem como motivar e estimular a colaboração entre os agricultores familiares.

Na capacitação, os produtores, todos integrantes do Território da Cidadania do Alto Sertão, irão trabalhar questões como qualidade e melhoria dos processos de produção no campo.

Segundo a analista da Carteira de Agronegócios do Sebrae/AL, Ana Carolina Ávila, a capacitação vai ajudar os agricultores a desenvolver características como planejamento e monitoramento, essenciais para o sucesso das unidades de produção.

“Esta primeira capacitação vai ajudá-los a conhecer melhor o trabalho que envolve as Unidades de Produção Integrada e Sustentável e mostrar para esses produtores que eles podem melhorar seus negócios a partir de um planejamento adequado”, disse Carolina.

PAIS - A tecnologia social PAIS estabelece a prática de uma agricultura sustentável, que visa reduzir a dependência de insumos vindos de fora da propriedade, diversificar a produção e utilizar com eficiência e racionalização os recursos hídricos. Integra técnicas simples e já conhecidas por muitas comunidades rurais.

A principal característica desse sistema de produção é a implantação de hortas no formato de círculos. Essa estrutura facilita o deslocamento entre os canteiros, cada um deles destinado a um tipo de cultura – a fim de garantir uma alimentação variada e saudável, bem como um produto diferenciado para o mercado. A irrigação é feita através de uma fita gotejadora, independente por canteiro, onde a água é distribuída por gravidade. Esse sistema representa uma eficiência de até 95% no uso da água e economia de energia.

A proposta é integrar a produção animal e vegetal, no centro do círculo é colocado um galinheiro para produção de ovos, carnes e adubo, favorecendo o processo de reciclagem da biomassa, uma vez que as hortaliças impróprias para a venda são utilizadas na alimentação das galinhas e o esterco produzido por elas serve de adubo aos canteiros. Na produção agroecológica, as sementes, a adubação e os compostos orgânicos são produzidos pelo próprio agricultor, a partir dos materiais existentes na propriedade, favorecendo a sustentabilidade do sistema.

“Além de todos os aspectos técnicos, o sistema é interessante porque estimula a mudança de hábitos dos produtores, que passam a plantar e consumir produtos mais saudáveis e sem agrotóxicos. O melhor de tudo é que eles aumentam sua renda, já que passam a comercializar o excedente da sua produção”, acredita Fátima Santos.

Fonte: Gazetaweb.com