quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sustentabilidade na pecuária


Rebanhos bovinos estão entre as fontes de emissão de gases de efeito estufa, devido ao metano entérico produzido durante o processo de digestão dos alimentos. O metano é um dos gases do efeito estufa. Ele é produzido pelo rúmen para expulsar o hidrogênio gerado pela fermentação dos carboidratos estruturais presentes nas fibras em ácidos graxos voláteis (acético propiônico e butírico).

O Instituto de Zootecnia (IZ) da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, órgão vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, tem desenvolvido pesquisas e feito recomendações que podem auxiliar os pecuaristas a diminuir a quantidade de gases de efeito estufa liberados na atmosfera pelos rebanhos bovinos. No Prosa Rural desta semana, o pesquisador João Demarchi, Diretor do Centro de Nutrição Animal e Pastagens do programa IZ, fala sobre essas recomendações. “Com adubação e manejo adequados do solo, a quantidade de gás carbônico apreendido aumenta, provocando uma compensação em relação à quantidade de gases liberada pelo rebanho. Assim, em última instância, o sistema produtivo considerado como um todo pode chegar ao ponto de neutralizar os efeitos negativos da emissão de gases nocivos pelos animais”, explica o pesquisador.

Há portanto, uma variação em relação ao armazenamento de carbono no solo na forma de matéria orgânica estável (húmus). O manejo correto das plantas e dos solos propicia um armazenamento de carbono que compensa em parte a emissão de metano (bovinos) e de óxido nitroso (pelos solos). Há necessidade de nitrogênio neste sistema, que pode vir da introdução de leguminosas, como também da adubação nitrogenada.

Entre as recomendações do pesquisador para a prática de uma pecuária mais sustentável estão: a melhora no manejo nutricional dos animais, com redução da idade de abate de 4,5 para 2,5 anos, a produção de um bezerro por vaca por ano (eficiência reprodutiva) e, ainda, a arborização das pastagens. Demarchi chama atenção para a importância de se fornecer ao gado uma pastagem de boa qualidade: “Quanto melhor a qualidade do consumido pelo gado, menor será a quantidade de gás metano que o animal vai liberar ao final do processo digestivo”.

Ainda segundo Demarchi, cabe ressaltar que a mídia em geral tem tratado a questão da emissão de gases de efeito estufa pelos rebanhos bovinos de forma isolada, o que com certeza impacta negativamente a cadeia de produção de carne. No entanto, seria mais adequado analisarmos o sistema de produção no qual este animal está inserido, considerando não só as emissões de gás metano, mas também o óxido nitroso gerado no solo pela decomposição da urina, fezes e pelas adubações nitrogenadas, uma vez que esse gás tem efeito positivo sobre o aquecimento global. E devemos estar atentos também à possibilidade mitigadora do sequestro de carbono realizado pelo acúmulo de matéria orgânica no solo e ou introdução do componente arbóreo, que pode neutralizar as emissões negativas dos demais gases.

Fonte: Agronotícias

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Maquete do Projeto Biomas estará em encontro sobre Agropecuária Sustentável


A maquete ilustra uma propriedade rural ambiental, social e economicamente viável, uma propriedade modelo e sustentável. O objetivo é que os produtores visualizem o que é preciso construir para ter uma produção agropecuária que, de fato, se sustente.

Através da maquete pode visualizar as áreas de produção, as áreas de proteção ambiental como Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente em margens de cursos de água, morros e as demais instalações necessárias em uma propriedade rural. A maquete possui recursos luminosos de interatividade para que, quando apresentada, seja destacado o sistema que está sendo citado.

Com investimento garantido de R$ 20 milhões nos próximos nove anos, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançaram oficialmente o Projeto Biomas em abril de 2010.

Trata-se de uma iniciativa inédita que vai permitir que o Brasil consiga, ao mesmo tempo, manter a liderança global na produção agropecuária e promover a preservação do meio ambiente.

"Vamos mostrar ao mundo que o Brasil não é apenas um grande produtor de alimentos, mas que apresenta também uma produção rural embasada em técnicas científicas e ambientalmente sustentáveis", afirmou a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, no lançamento das atividades.

Serão realizados estudos específicos que atenderão todos os seis biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. A proposta é criar modelos, a partir de bases científicas, que permitam ao produtor rural conjugar capacidade de produção e preservação ambiental, levando em consideração potencialidades e fragilidades de cada área.

A unidade Embrapa Florestas, de Colombo (PR), liderará as pesquisas. “Com este projeto poderemos chegar a um consenso técnico-científico para não inviabilizar a atividade”, disse o chefe da Embrapa Florestas, Helton Damin da Silva.

(Com informações de Alex Marcel Melotto)
(Fonte: idest.com.br)